Pelo amor de Deus, parem de vir falar
comigo como se eu fosse o mestre do suspense ou o senhor supremo das palavras e
da língua portuguesa. Todo meu conhecimento é ralo, não tenho curso superior
baseado na área e tudo o que sei foi em função de algumas regrinhas básicas
aprendidas no colégio ou através da leitura. Mas de resto... Putz, eu não sou
nada. Nada, entenderam? N-A-D-A. Peço,
formal e descontraidamente, que deixem de ser formais comigo. Essa formalidade
toda me dá nos nervos, e parece que estou conversando com robôs ao invés de
pessoas que tanto amo. Eu cometo milhares de erros de português, tanto na gramática
quanto na coerência e coesão. Sou uma simples pessoa, um moleque de 18 anos que
vive com mamãe e papai e com pouquíssimas experiências de vida. Caralho. Só
ontem eu consegui fazer meu primeiro café a vácuo digno, quente e no ponto, porque
antes eu sobrevivia de cafeteira – e olhe lá! Sou idiota e sempre fico
reprimido no meio de gente que sabe dançar; nunca peguei um porre, não gosto de
bebidas alcoólicas definitivamente. Acho que posso contar nos dedos de uma só mão
o número de festas que fui e voltei de madrugada. Por favor, parem de me tratar
como um Tolkien ou Martin, King ou Lovecraft. Vocês não têm noção de quantas
obras literárias clássicas (nacionais e internacionais) eu ainda não li ou
nunca ouvi falar. Sério. Sei escrever legal, mas não nasci assim. Vim da merda,
do lugar mais babaca e imbecil do nível literário. Nunca recebi prêmios, não
sou condecorado. Não sou o gênio da minha geração, não venderei best-sellers em
mais de 30 idiomas diferentes. Não é assim que a banda toca, não é assim que
vai ser. Me tratem como uma pessoa comum, com sentimentos comuns. Eu não
escondo nada. Eu não minto. Não sou um James Bond mulherengo ou o vampiro
misterioso do colegial. Que merda! Eu sou simples. Não me idolatrem, porque,
acreditem, tem gente que anda fazendo isso e é exatamente essa parte que me
irrita. Parem. Por favor, parem.
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