19 de maio de 2011

Você nunca está voltando para casa


­ ­ ­ ­ ­ ­ ­ ­ ­ ­ ­ ­ ­Nem em meus sonhos, nem nos conselhos alheios. E agora eu recordo todas as vezes em que o tempo se mostrou passivo, quando ele me espreitou e se divertiu da ilusão da qual eu caía. Palavras, palavras e palavras. As poucos que foram ditas, e as muitas que nunca me foram destinadas. E embora minhas promessas fossem calorosas, elas não estão mais durando pelo fio da vida, nem pela tecelagem do tempo. E m todas as complicações que existem aqui, há uma que se sobrepõe a todos os sentimentos humanos mais dolorosos, ela é a imagem que não posso deixar escapar, é o sussurro que não deixo de ouvir, eu não posso esquecê-la. No entanto, eu caio no chão e me vejo na lama, percebo que não há este alguém para me levantar, não há mão amiga suficiente para me retirar da dor, e eu não consigo levantar só. Ou talvez eu não queira. Aqui, neste instante, tudo termina e o véu da clareza me afaga as conclusões: nunca realmente esteve ali ao lado, mas flutuando por outros ares. Voando para longe, morrendo e não vivendo entre meus braços, apenas servindo de consolo e segunda opção, sempre me ocultando dos brilhos do mundo. Não havia solidão aí, existia apenas a ilusão aqui. 
­ ­ ­ ­ ­ ­ ­ ­ ­ ­ ­ ­ ­E eu me pergunto, no fim de toda essa batalha: quem foi o fantasma? Aquela existência que acabou caindo ao descobrir tudo? Ou a outra que nunca esteve realmente presente?  

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