1 de maio de 2011

Arrependimento e um alguém desencantado.


(E lá vai um desabafo. Sugiro que não percam seu tempo lendo essa merda...)

É meu último ano nesse cabaré, e por essa razão, hoje – dia 01 de Maio de 2011 – andei pensando em umas coisas que irão me assombrar para o resto da vida. Eu tenho certeza disso.
As palavras não estão vindo tão bem quanto eu achei que poderiam, talvez haja um bloqueio mental que esteja dizendo “não siga em frente para não sofrer”, mas eu vou tentar, porque o que vou falar, embora seja voltado para uma única área da minha vida, pode ser usada na vida de qualquer pessoa. Portanto, antes de seguir em frente nesse texto, darei uma dica a todos – mesmo não tendo moral para dá-la, por favor, aceitem isso -, e espero que a sigam com toda a força de vontade possível: VIVA TUDO O QUE TIVER QUE VIVER, SEM MEDOS, SEM HESITAÇÕES. APENAS VIVA.
Como eu disse antes, este é meu último ano no colégio, e vendo as coisas que passaram, cheguei a uma profunda e imensa tristeza por perceber o quanto estes últimos 3 anos da minha vida foram jogados fora, porque simplesmente eu nada mais fiz que pensar e sonhar, e sequer dei um passo em frente para tentar realizar alguma coisa. Eu não fiz nada, e, agora que estou mais maduro – comparado ao Felipe de 3 anos atrás -, percebo que o argumento que eu usava naquela época até parecia forte, mas com o tempo perdeu seu valor e sua essência: “quero que tudo isso termine, para mim tanto faz. Não me importo”.
Bem, argumento errado, alternativa equivocada. Por conta do meu conformismo, eu tentei me convencer de que aquelas palavras seriam meu estilo de vida, e que no final, quanto tudo estivesse terminado, eu diria a mim “até que enfim isso terminou”. É, eu ainda quero que as coisas possam ser assim, mas, a quem eu quero enganar? O fato de estar terminando me deixa triste e  completamente arrependido. Eu não fiz nada. Todo o tempo que eu tive, todas as oportunidades e toda a alegria dessa idade, eu simplesmente deixei passar.
E isso é o que mais me dói. Olho para trás, e já não posso contabilizar quantos “não” eu sai por aí dizendo sem ao menos pensar duas vezes. Quantas vezes eu preferi ficar em casa a sair por aí, e me divertir? Quantas e quantas vezes olhei os obstáculos e resolvi não encarar? Eu fui um covarde nesse tempo todo, me rendi ao medo e à possibilidade de uma falsa reputação. Me importei bastante com “o que vão pensar de mim? O que ela vai pensar de mim?”, e, pensando dessa forma mesquinha e covarde, eu deixei de viver por tantas vezes e deixei escapar por entre minhas mãos tantas e tantas pessoas que realmente poderiam ter mudado minha vida e/ou me construido como um cara mais corajoso e auto confiante.
Mas, a minha vida foi uma tragédia. Eu nada fiz, eu nada decidi. Eu simplesmente recuei e me entreguei ao medo, não ignorei as sensações desestimuladoras e não segui em frente. Eu não me enfiei no meio das pessoas, não me joguei em rodas de amigos e não ampliei meu leque de conhecidos, eu tive medo, eu fui – mais que tudo – tímido. Resolvi então ficar sozinho, recuei e me afastei de muitas pessoas. Fui mal visto, fui então criticado e erroneamente interpretado. Por conta de todas essas classificações alheias, eu recuei ainda mais, então passei a viver no meu próprio mundo.
Eu não me encaixei. Não procurei aprender as coisas, ao invés de eliminar minhas dificuldades, eu apenas as fortaleci. Por exemplo: se eu não sabia dançar, não procurava aprender, apenas dizia “eu não sei, não sei e ponto final”.  E por conta de atitudes assim – foi como agi para com as outras milhares de coisas – minha vida apenas passou, e eu apenas vivi por viver, esperando algo cair do céu bem diante dos meus olhos. Bem... nada caiu do céu, e eu continuei vivendo por obrigação. Me prendi aos meus sonhos, esperando que eles poderiam me acolher, porém sequer lembrei que para se tornarem realidade, eles precisavam de um empurrão mais forte dado por mim. E adivinhem? Eu não dei esse empurrão. Meus sonhos empacaram no meio da estrada e continuam lá, atolados e ainda mais crescentes, esperando que eu faça alguma coisa para tocá-los em frente.
E novamente eu nada fiz, e nada venho fazendo para isso. Esta “falta de atitudes” tornou-se tão grave a ponto de chegar mais longe: até minha própria saúde foi afetada. Hoje, vivo com várias limitações por conta do fator saúde – ou melhor, falta de saúde. As pessoas olham para mim e fazem brincadeirinhas, e não sabem que eu apenas sou assim porque tenho uma doença idiota e simples que me limitou a muitas coisas. Por favor, entendam o que quero dizer: não ponho a culpa na doença, porque existem diversas pessoas que vivem vidas completamente normais mesmo sendo portadoras dela. A culpa aqui, mais uma vez, é minha, que agravei o quadro de tal doença e o único prejudicado fui eu mesmo. Afinal, se eu tivesse feito algo, as tantas limitações não fariam parte da minha – maldita – vida. As pessoas não sabem, elas continuam brincando e eu continuo sofrendo por esse peso na consciência: poderia ter feito as coisas da forma certa, mas não fiz, esqueci de tocar minha vida. EU NÃO FIZ NADA.
E agora o tempo está acabando. Esse é meu último ano e eu continuei sendo um maldito fracassado deslocado que apenas sabe escrever, e nada mais. Mas esse “dom” não vai melhorar minha vida, tampouco trazer de volta o tempo perdido ou a pessoa que eu sempre quis ser, e os atos que eu sempre quis ter vivido. Olho em volta e vejo pessoas da minha idade fazendo aquilo que tanto quero. Então eu chego em casa e olho no espelho. Querem saber? Bem, isto é um desabafo, e lá vai outro: eu não gosto do que vejo, tanto externa como internamente. Não tenho orgulho do que há aqui, de quem sou e do que faço – ah, quase esqueci... eu não faço nada.
Sou mais um daqueles adolescentes fracassados que poderiam muito bem aparecer na página policial do jornal, vítimas de suicídio. Sim. A morte pode ser uma saída, e não tenho medo de admitir: eu realmente penso que ela pode ser minha única solução. Não vou chegar tão longe e dizer que sou um “nada”, porque sei o quanto existem pessoas que me amam e que se desesperariam sem minha presença. E como estou sendo realista nesse texto, não falo de garotas que me amam – haha, duvido muito que algo assim de fato exista – mas, falo principalmente de família e de amigos. Acreditem, posso assumir aqui um atitude extremamente egoísta ao pensar em suicídio, mas em contra partida, elimito tal possibilidade exatamente por não querer imaginar ou sentir – esteja eu no céu, inferno ou apenas no fundo da terra – a dor daqueles que me amam e que me viram crescer, e que sequer fazem ideia de tudo o que estou contando agora.
Minha vida é um caos. Eu não aproveitei, eu não fiquei com tantas meninas e eu não tenho atrativo algum. Sou apenas aquele “garotinho nerd” que todos veem no colégio; apenas o filho exemplar e aparentemente estudioso que os parentes acham; sou apenas o filho estúpido, ignorante e arrogante que a mãe sempre insiste em frisar e jogar na cara; sou apenas aquela típico adolescente que vocês caçoarão e chamarão de “emo”.
Então, acreditem: talvez eu esteja pensando que é tarde demais, mas, analisando pelo lado de saúde e acadêmico, realmente é. Não há mais tempo, minha vida foi tomada por uma sucessão de fracassos e recuos. Minha vida hoje, é tomada apenas de um sentimento: arrependimento.
Eu poderia ter sido outra pessoa. Não outra totalmente diferente, mas queria ter somente aquilo que eu não aproveitei e joguei fora. Me pergunto o que seria de mim caso não tivesse sido tão covarde e teimoso. Eu não quero tudo, quero apenas aquilo que me faria ser diferente deste grande fracasso que vos escreve hoje.
Portanto, tudo o que desejo lhes repassar com isso é: não façam como eu, não vivam de arrependimentos massacrantes e irreversíveis. Eu sou um alguém profundamente desgostoso com a vida, triste e amargurado. Vivo através de momentos de felicidade - que logo passam - e não de um estado supremo e permanente dela. E mesmo assim, isso não me basta, não é o suficiente para sumir com tudo aquilo que eu deveria ter feito, ou agido. Portanto, vivam intensamente, da forma mais correta possível, não hesitem em fazer aquilo que é certo, tanto na saúde corporal, mental e espiritual. Façam a vida valer a pena, e não cultivem este arrependimento.
E é. Isso foi só um desabafo.
Critiquem. Entendam. Repudiem. Caçoem. Tanto faz, é tarde pra tudo mesmo, e eu já não me importo de qualquer forma.  

2 comentários:

  1. Foi bom perder tempo lendo essa "merda" :)

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  2. Ela comentou, Ela comentou, Ela comentou, Ela comentou, Ela comentou, Ela comentou, Ela comentou. HAHA. Obrigado!

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