1 de agosto de 2012

Batom



Estavam em seus lábios como traçados num mapa de tesouro. O caminho da felicidade, onde descansariam os olhos mais ternos e cansados. Sob linhas perfeitas, ondulações oceânicas. Sob um beijo, sob um toque. E a marca estaria no rosto, na pele alva e sedenta por amor. Um amor da carne, de prazeres terrenos e humanos. Coisa simples, substancial e notória. Quase que clichê. Delicados e delineados, vermelho escarlate do fogo, queimando e assando minha carne. Massacrando minh’alma. Seja em sonho, seja no delírio de quarenta graus. Acordo afobado, na noite mais quente. Arquejando teus lábios, tão vis de renúncia. Batom forte vermelho, da lua amena da quarta. Lembrando pra mim que passou, voou e foi embora. Agora só fica em sonho. De um pobre diabo, um maldito coitado. Batom vermelho de quarta. No meu peito um beijo, para um sonho de desejo.   

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