8 de agosto de 2012

Enterrada



Imagine, só imagine, seu mundo quebrando. Pense ler algumas afirmações que vão te jogar no chão, não, não... Serei menos dramático e menos poético: Visualize sua cara de decepção ao ler palavras que vão te deixar feito panaca; imagine você, diante do espelho, chorando e enganada. Imagine. Sendo quebrada, por algo que você não foi feita para ler, mas que ironicamente acabou descobrindo. Pense nesse desprezível mundo novo que até ontem você jamais pensaria desbravar. Que surpresa agradável: você pertence a ele agora. Imagine sua bela face no chão, sangrando ante a dor e o ceticismo. Por que comigo?, você vai estar se perguntando, agarrada ao travesseiro, no escuro, de madrugada, cansada de tanto chorar e por não ter de cair no sono. Imagine, imagine, pense nisso. Seu belo mundinho rachado feito asfalto de mal acabamento, ou um bolo mal feito. Veja a si mesma no reflexo do desespero. E passe meses na loucura, imaginando coisas, pirando, vendo mentiras onde não há, criando desconfiança por tudo que você amava; entre em colapso, queira dar um fim em você mesma. Pense nas lágrimas, imagine a falta de chão, de razão e de motivação. Perca quilos e quilos, escute as brincadeirinhas dos seus “colegas” e “amigos”. Colapso, entre em colapso. Desista da luta pela vida, deixe-se levar pelo oceano como uma canoa à deriva. E então, só então, volte ao seu quase-aprazível ambiente e pare de imaginar. Engula em seco e respire. Veja meu adorável mundo – há muito – novo, de novo. E de novo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário