17 de agosto de 2012

Madrugadas




Passei as duas últimas madrugadas vidrado, escrevendo feito louco. Dormi o dia inteiro, acordava, planejava olhando o teto, em silêncio, enfurnado nesse calor do meu quarto. Dormi e esperei a noite. Madrugada virado, vidrado. Sem xícaras de café quente ou cigarros. Sem coca cola, também. Sem nenhuma droga ou vício prazeroso. Apenas escrevendo com uma porra de dor nas costas e pescoço dolorido. Não terei lucros, meu nome não será lembrado, mas porque continuei a escrever, com a ânsia de terminar essa história? A propósito, é a primeira que finalizo. Que porra de vida, sem futuro, sem premiações ou reconhecimento. Talvez eu até termine como esses escritores fracassados dos filmes: dois filhos com a mulher que ama, derrotado, sem perspectivas e a vendo se casar com um cara mais promissor. Também foda-se. Nem me importo. O que vale é essa madrugada, mais uma para finalizar um capítulo – e assim sucessivamente.  

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