11 de agosto de 2012

Longínqua iminência?



Não pode simplesmente "não fazer sentido". Não que eu necessite encontrar um, no final de tudo, mas o problema é que não pode acabar! Não deve. Não pode. Não deve e não pode. Em nome de todos os santos católicos, Deus cristão, deuses pagãos, hinduístas, satânicos, pré-colombianos, gregos, romanos... Em nome de tudo, não vai acabar. Segure esta adaga, Romeu, deixe que o sangue continue a fluir, a brotar feito a promessa mais vívida do início da noite, com todas as porras de roupas de alaúde e o romantismo consequente de sua alma. É uma derradeira iminência que prefiro não encarar, embora tenha pensado nisso sempre. E eu sempre tive medo também, em cada instante de reflexão. O que eu vou ganhar se o sentido não vier e as dores não forem vingadas? Há uma determinação indireta por trás de tudo, planos foram feitos e destinos traçados. Uma vida inteira foi domada ante o vento do acaso. Muito foi construído no meio da desolação. Muito foi nadado e descoberto para um fim simplório destes chegar e... e terminar com tudo? Aí prefiro julgar sob outro ângulo, um menos decisivo e massacrante: é apenas uma tempestade. Já foi dito aqui que ventanias passariam e tudo se acalmaria, e é este pensamento que espero que se concretize. Caso contrário, eu não sei o que vou fazer. Não pode ser assim, é um orgulho humano e essencial que queima dentro de mim. Um propósito que me serve e me propõe a ser não mais um menino, e sim um homem. E que não acabe dessa forma banal e singela, bem como também começou.  

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