11 de abril de 2012

Fogo


Eu já não suporto. Olhar em seus olhos e me sentir queimar por dentro. Sustentar uma fotografia entre as mãos e morrer pouco a pouco, caindo em desejo, chorando em paixão. Cheguei no limite que um homem poderia chegar ou talvez no meu próprio limite. Já não há espaço para a razão, porque eu a perdi totalmente. Teus lábios, teu sorriso. E tudo o que me pergunto – continuo fazendo a mesma pergunta - é porquê eu ter de sofrer tanto. Não deveria ser assim, porque está errado. Como homem, como garoto, eu deveria não sentir esse tipo de coisa. Eu deveria não escrever textos, eu deveria ser indomável. Eu tinha de ser imbatível. Mas hoje eu disso nada sou. Estou fraco, sem forças e banhado em lágrimas - de saudades, desespero, agonia, ciúmes e amor. Eu peço que alguém me escute, peço que alguém me ampare. Peço que minha mãe repare em mim, porque eu não estou mais agüentando todas essas pontas soltas. Não estou mais agüentando viver assim. Preciso de um remédio que alivie meus problemas por não ter você ao meu lado. Preciso de uma cura para essa ferida no peito. Uma garrafa de uísque escondida na mochila, durante as madrugadas de Sábado. Um cigarro de maconha pela universidade, para afugentar as lembranças. Um tranqüilizante, um calmante. Uma pílula milagrosa que me amorteça por horas, deitando-me num sono profundo.
Mas então vem a pior parte: mesmo dopado, eu juro por Deus e aposto com todas as minhas forças que você vai estar lá.
Uma vez mais. Para habitar meus sonhos.

Um comentário:

  1. Como você mesmo diz, é preferível morrer de amor que viver sem ele...
    Sofrer por amor faz bem, nos torna mais humanos e menos deuses da verdade, reconhecemos nossas fraquezas, a nossa pequenez diante de tanta coisa ao nosso redor.

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