9 de abril de 2012

Fraco demais para crescer


Eu tenho um problema infernal: quando penso em alguma coisa ou me acho determinado, eu não consigo parar. Aí não há espaço para mais nada. Eu largo os estudos, eu abandono meu “futuro” promissor de oceanógrafo ou a temporada nos Estados Unidos com aquela tia que há anos mora lá. Eu não dou a mínima, e a razão é muito simples. Acho que sou infantil demais para me atrelar às promessas que eu mesmo faço; ainda não cresci e não me tornei adulto para priorizar certas coisas e saber o momento ideal de parar em outras. Eu me entrego de corpo e alma. Um objetivo, um sonho, um amor. E isso é péssimo. Não sei ser nem um pouco egoísta.
Se estou triste, vou me afogar na tristeza. Fodam-se as provas, fodam-se os atrasos. Fodam-se os seminários. Foda-se a saúde. Aliás, fisicamente estou muito bem. Mas espiritualmente... Vocês sempre sabem e são testemunhas disto: eu estou em cacos. Quebrado em mil pedaços por dentro, mas forte o suficiente para fingir que estou bem por fora. Ninguém precisa saber das minhas dores – e já disse isso aqui, uma vez. O problema, em suma, é que eu não consegui crescer. Ainda estou sonhando com um mundo que já passou, numa realidade que foi irreal, mas para mim ainda continua e continuará viva. Respirando com a força de cinqüenta touros; ardendo a toxina de quinze medusas. E o pior é que não consigo crescer, não tenho forças – embora vontade não falte. Não consigo me desprender dos hábitos bobos, como sentar de manhã ao lado da minha irmã e assistir desenhos; me viciar em Adventure Time ou qualquer outro cartum medíocre e hilário. Eu não consigo, porque não faz parte de mim. E além de todo esse entulho de porcarias e futilidades, eu não consigo desamarrar meu coração. É isso que me tem sido foda. Talvez eu realmente procure um psicólogo. Psiquiatra, quem sabe? Estou exalando medo e vou afastando quem deveria estar perto. Talvez eu tenha zombado de Deus e agora estou recebendo um alerta – não um castigo, mas um alerta.
O problema é todo esse. Não estou triste, não venho chorando nos últimos dias. Estou pirando na batatinha, escrevendo uma média de 5 textos por dia e não posto nem 2 no blog. A pasta no computador já passa dos duzentos textos, legal né? E a minha loucura... Ah, essa daí corrompe meus neurônios.
Ela sustenta minha alma.

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