17 de abril de 2012

Tarde de Terça-Feira.


A urgência é grande. Não me sinto encaixado. As coisas não andam fazendo sentido. Eu desejo dinheiro e poder, mas é só um tolo desejo, porque não é o que realmente quero. Não é a força que me move interiormente. Logo, descubro que ser bem sucedido não é o que eu verdadeiramente procuro. Ainda bem, porque assim não me torno mais um homem fútil e ganancioso. A verdade é que não ando fazendo as coisas com amor. Faço por fazer, porque tenho de fazer. Também não me vejo mais obrigado às antigas obrigações, agora a questão toda só se baseia no orgulho alheio. Algumas pessoas estão colocando uma fé demasiada em mim, e me vejo confuso: decepcionar ou não decepcionar? Devo seguir em frente para dar orgulho e cultivar minha insatisfação? Ou devo simplesmente existir, como bem desejo? Não tenho mais a mesma inspiração de antes para escrever. Onde foram parar as 150 páginas de ficção que eu costumava escrever, almejando um livro renomado estampando as prateleiras das livrarias? Esse Felipe morreu. Se não, está dormindo há bastante tempo. Em suma, a vida me tem sido isso, durante todas as manhãs que acordo e nas noites que durmo: um grande decepção. Não vejo um grande sentido em viver, porque as coisas estão se distanciando demais. Os sonhos estão ficando distantes e improváveis. Eu suspiro. Só me resta empurrar com a barriga.

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