12 de abril de 2012

Lado de Fora


O interior vale a pena? Não no meu caso. É assim que penso e é desta forma que morrerei pensando. Olho para mim todos os dias no espelho - aliás, expurguei todos os espelhos grandes perto de mim, agora só tenho um de rosto e olhe lá - e a imagem que vejo não me orgulha. Não me venham com esse papo de caráter e personalidade. Grande balela. Se eu não acredito, nem adianta me convencer. Sempre me achei uma porcaria desprezível e as pessoas continuam corroborando com tal pensamento. Afinal, para elas é fácil e engraçado falar do modo como sou. Uma das maiores frustrações da minha vida, se não a maior. Por outro lado, ainda me surpreendo com certas pessoas que insistem gostar de mim pelo que sou. Obrigado. Se não fossem vocês, eu já teria desistido há um tempinho. Mas, mesmo isso não muda as coisas, tampouco meu jeito de pensar. Sinceramente? Eu trocaria todo esse “talento” de escrever para ser diferente. Seria uma troca justa, para mim. Escrever não me leva a lugar algum, não passa de uma distração/qualidade improdutiva. Ainda não ganhei prêmios nem dinheiro. Talvez um amor, mas, novamente, recaímos na minha vergonha: meu perfil físico é ridículo e sou caçoado em função disso, e me diga quais atrativos isso vai prender as melhores pessoas a mim? Ou seja: eu seria uma vergonha até para aquela pessoa que amo, levando em consideração e me comparado aos outros pretendentes tão mais bonitos fisicamente por aí. Se eu sou uma pura vergonha e caso perdido para mim mesmo, o que vai me impedir de pensar que também sou para as outras pessoas? Viver assim tem me sido uma merda. Eu só estou levando isso com um sorriso extremamente falso no rosto. Não estou feliz comigo mesmo e isso não é de hoje. Mas, como já disse, eu só preciso acordar todos os dias e esconder minha decepção e meu ódio. Felicidade pra mim, de fato, jamais será alcançada. Eu sigo e finjo que está tudo bem.
Mentir tornou-se uma dádiva. 

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