3 de junho de 2012

Exemplo



É meio que um ideal glorificado, uma imagem montada, confeccionada por milhares de virtudes e defeitos irritantes - mas toleráveis. Ninguém vai vestir essa roupa, porque é tecida de um material único e não copiável, talhada por milhões e milhões de combinações ímpares, inspirada por incontáveis de bilhões de caminhos distintos e possibilidades adversas. Uma conta complicada, impossível de ser recriada. Um exemplo a ser não seguido, mas admirado e venerado. Eu não vou encontrar outro molde parecido, muito menos igual. Eu amo essa imagem e por mais que - vez ou outra, num acesso depressivo de solidão e pessimismo -  tente procurá-la em outras esquinas, sei que é impossível. Só existe uma (entendam: ela é real, de carne e osso, tem nome, tem idade, tem opiniões e eu a conheço; ela me conhece). Vou modificar e tomar a frase para mim, exemplificando a tal imagem dessa maneira: "concebendo uma forma específica desse caos de improbabilidades". Não vai existir outra. É amando esta que aprendi a ignorar e não ver virtude alguma nas outras. Como um animal num cabresto. É foda, mas totalmente reconfortante. Porque não preciso de outras distrações. Estou feliz com o objetivo que tenho, imensamente. Há uma reciprocidade. É o meu acalento. É a minha paz.

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